Na semana passada, a Unicef apresentou um estudo com dados alarmantes sobre o homicídio de adolescentes. A crescente desigualdade e a criminalização dessa faixa etária tornam os jovens de até 19 anos um dos grupos mais suscetíveis a homicídios, atrás apenas dos jovens adultos entre 19 e 29 anos.
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De acordo com a pesquisa, em países menos violentos, o IHA (Índice de Homicídios de Adolescentes) é zero ou próximo de zero, enquanto que no Brasil a média é de 3,14 por grupo de 100 mil habitantes. O Nordeste é a região mais vulnerável, concentrando sete das dez capitais brasileiras mais perigosas para a juventude.
A maior parte desses adolescentes mortos pela violência são homens, negros, e periféricos – o que sugere que as desigualdades contribuem sobremaneira para este quadro, de acordo com a análise de Cleo Manhas, assessora política do Inesc.
Para ela, o imaginário popular brasileiro de um povo “pacífico” e “cordial” cai por terra diante dos números apresentados na pesquisa. “Mata-se mais nessas terras do que em muitas terras que estão em guerra civil declarada”, observou. “O Brasil vivencia cotidianamente o genocídio de adolescentes e jovens negros. E ainda dizem que somos o país do futuro”, concluiu.
O estudo alerta que, se as condições que prevaleciam em 2014 não mudarem, 43 mil adolescentes poderão ser mortos, entre 2015 e 2021, nos 300 municípios analisados. A estimativa diz respeito somente às cidades com mais de 100 mil habitantes.
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