Cartilha ilustra quem e como se lucra com o mercado dos agrotóxicos

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Com tiragem de 3 mil exemplares, material apresenta de forma didática as consequências do uso de veneno em escala global.

Acesse a cartilha aqui.

Quem são os atores mais interessados em flexibilizar o uso dos agrotóxicos em escala global? Quem lucra com os US$ 57 bilhões por ano que o mercado de veneno movimenta? Dar essas respostas de maneira simples é a proposta da cartilha Rotas do Veneno, lançada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) neste domingo (6).

O evento ocorreu durante a 3ª edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Luz González Escalona, assessora da secretaria de Meio Ambiente da CUT Nacional, explica que a cartilha é resultado de um seminário realizado no ano passado pela entidade sobre o tema em parceria com a Fundação Friedrich Ebert, que também apoiou o projeto.

“Ela trata de uma forma bem didática, com ilustrações e textos que levam para outras referências e falam de como o mercado de agrotóxicos impacta em diversos aspectos da vida do trabalhador”, afirma Escalona.

O documento também explica as consequências das grandes fusões das empresas multinacionais e o oligopólio das seis principais empresas do setor: Monsanto, DuPont, Bayer, Syngenta, Dow e Basf — que respondem a cerca de 75% do mercado mundial de agrotóxicos.

Outro ponto da cartilha é a articulação dos parlamentares que compõe a bancada ruralista no Congresso Nacional para pressionar por alterações na legislação dos agrotóxicos, como o PL 6.299/2002, apelidado de PL do Veneno.

 

Campo e cidade

A CUT integra a Campanha Permanente contra os Agrotóxico e pela Vida, frente de mobilização e articulação de organizações que atuam para a denúncia dos efeitos do uso do veneno na agricultura e reivindicam o fortalecimento da Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos (PNaRA).

Janeslei Aparecida Albuquerque, secretária nacional de relação com os movimentos sociais da CUT, condições de vida dos trabalhadores nas cidades e, por isso, é um debate que extrapola o campo.

“Não é só questão da doença, mas que tipo de sociedade e de relações que a gente estabelece com a comida na medida em que se aceita e se naturaliza comer veneno. Quem adoece mais é justamente quem tem menos acesso a um atendimento de saúde de qualidade e que também é quem está consumindo a comida mais envenenada”, afirmou.

O documento refuta a ideia que a produção em larga escala só pode ser feita com a utilização de agrotóxicos. Para Janeslei, os sem-terra mostram que é possível fazer diferente com a comercialização de mais de 1,2 mil itens de todo o país em São Paulo e com a democratização dos alimentos orgânicos.

A primeira tiragem da cartilha é de 3 mil exemplares, mas a edição também está sendo distribuída gratuitamente pela internet. Você pode fazer o download do material aqui.

Acesse a cartilha aqui.
Texto de Rute Pina
Fonte: Brasil de Fato

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