Aula pública contra a reforma da Previdência em Passo Fundo

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“Eu tô na rua é pra lutar pelo direito de me aposentar”. Com esta e outras palavras de ordem, sindicatos, entidades, organizações e sociedade civil em geral reuniram-se em importante ato na cidade de Passo Fundo contra a reforma da Previdência (Proposta de Emenda Constitucional 287/16) e outras medidas propostas pelos atuais governos federal e estadual. A atividade faz parte do movimento de mobilização nacional que marca o Brasil nesta quarta-feira, 15 de março.

A concentração dos manifestantes aconteceu na Praça do Teixeirinha, onde centenas de participantes começaram a chegar a partir das 8 horas. Faixas, cartazes, panfletos foram utilizados e distribuídos em um esforço por conscientizar a população sobre as reformas e provocar a discussão sobre os temas. Pela parte da tarde, também na Praça Teixeirinha, aconteceu uma aula pública que contou com o envolvimento de sindicatos locais e entidades.

Professor Valdevir Both, membro da CDHPF e educador popular do CEAP, em sua fala na aula pública, lembrou da importância da seguridade social enquanto política pública de distribuição de renda. Alertou, assim como também expresso por representantes de outras entidades, sobre as falsas justificativas de déficit da Previdência. Em contraponto a justificativa do governo de mudança na previdência para assegurar a sua continuidade, o professor questionou a não cobrança da dívida de empresas com o INSS que supera a soma de R$ 420 bilhões.

 

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Como consequência imediata dessa irresponsabilidade pública (reformar a Previdência conforme a proposta apresentada pelo governo), Valdevir destacou a tentativa de fortalecimento da previdência privada. Em desconfiança com a seguridade pública, muitas pessoas podem acabar optando pela previdência privada, o que é um equívoco, dada a falsa crise da seguridade social pública e a necessidade de se manter e fortalecer esse serviço no setor público, haja visto o retorno que gera à economia nacional. Denunciou a tentativa de, com este movimento fátuo, “jogar no colo do privado” este que é um dos setores mais rentáveis da economia.

Além disso, chamou atenção para o fato de que importantes agendas e discussões não estão sendo feitas, como a tributação sobre o agronegócio exportador e o Pré-sal, um patrimônio do povo brasileiro de mais de R$ 20 trilhões que está sendo entregue ao mercado privado internacional. “Achamos um bilhete premiado que se chama Pré-sal e que será entregue para as petroleiras. O Pré-sal pertence ao povo brasileiro”, destacou.

Representantes de outras entidades sindicais, movimentos e organizações denunciaram, também, a dominação do capital privado estrangeiro que controla boa parte do setor de educação superior no Brasil. Capital este que estaria influenciando outras propostas combatidas pelos movimentos como a Reforma do Ensino Médio. Lembraram da necessidade de uma atuação de conscientização e mobilização social para a luta contra tais retrocessos e supressão de direitos.

 

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