No dia 14 de março (quinta-feira) ocorreu a Marcha das Mulheres de Passo Fundo. O ato, anteriormente agendado para o dia 08 de março (Dia Internacional da Mulher), foi remarcado devido a condições do tempo. A manifestação buscou mobilizar a população do município para a reflexão sobre a situação das mulheres frente à opressão e a violência de gênero, assim como reafirmar o protagonismo feminino nas lutas por uma sociedade mais justa e igualitária. A participação ocorreu a partir de coletivos feministas do município, organizações da sociedade civil, sindicatos, mulheres de terreiros e da militância negra, ocupações, e moradores/as que levantam a bandeira da luta das mulheres. A Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo também participou ativamente da organização e da manifestação.
A manifestação foi realizada na data em que a morte de Marielle Franco completou um ano. A prisão de dois suspeitos do assassinato, que ocorreu no dia 12 (terça-feira), forçou o país a retomar a discussão acerca dos motivos que levaram ao assassinato político da vereadora feminista. O ato questionou quem mandou matar Marielle, além de tomar sua figura como referência importante na luta do feminismo, clamando para que o caso não reste impune e se descubra os mandantes e os objetivos por trás do assassinato.
O ato também se manifestou contra os retrocessos que ocorrem por meio do atual governo, repudiando a Reforma da Previdência que está em curso, e denunciando o projeto da atual gestão que onera minorias políticas, retirando direitos conquistados a favor de uma lógica neoliberal perversa que se intensifica e que só se sustenta por meio de ataques cada vez mais frequentes à democracia.
Manifestantes lembraram que o município de Passo Fundo registra um dos índices mais altos de feminicídios. Para Edivânia, da coordenação da CDHPF, “o ato, ao relembrar a figura de Marielle – e junto dela aquilo que ela representa, como mulher que une muitas bandeiras, desde a luta junto a comunidades periféricas, até a defesa da população LGBTI – mostra a necessidade de olhar para todos esses retrocessos de forma ampla e interligada, compreendendo que não há possibilidade de emancipação e justiça sem que caminhemos em conjunto contra qualquer tipo de opressão”.