Nasce a Ocupação Pinheirinho Toledo em Passo Fundo

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No dia 05 de março, mais de 150 famílias, organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), realizaram uma assembleia firmando a Ocupação Pinheirinho Toledo. A comunidade está localizada próximo a Prefeitura, abaixo do bairro Sétimo Céu, na Beira-Trilho.

O nome da Ocupação está cheio de história. PINHEIRINHO, porque a quantidade de casas cresceu assim como os pinheiros que hoje são fortes e enraizados em uma terra da qual não vão sair, assim como estas famílias. Também carrega o nome de Joaquim Câmara Ferreira, codinome TOLEDO, revolucionário brasileiro, militante ferroviário, assassinado no dia 23 de outubro de 1970 durante a ditadura militar fascista que jogou a população pobre e trabalhadora para anos de terror e brutalidade, para atender ao interesse das classes dominantes e do imperialismo americano.

A comunidade está ameaçada por uma medida judicial de reintegração de posse prevista para o dia 22 de março, sem nenhum diálogo, pois não houve audiência de conciliação, como manda a lei. As 150 famílias esperam a regularização fundiária do local. “Não vamos sair de nossas casas!”

A desculpa é que a proximidade dos trilhos é uma área de risco. Sim, mas, então, “para onde vão nossas famílias? Qual é a solução da Justiça, da Empresa e do Governo Temer e do prefeito Luciano? Qual é o maior risco: morar próximo aos trilhos ou passar fome, voltar ao aluguel e ou morar na rua? A solução é abrir o diálogo que nos é negado e resistir ao despejo!”

Aquele terreno onde hoje é nossa casa, era usado para desova de cadáveres, estupro e tráfico de drogas. Hoje há casas que podem dar um futuro melhor para nossas crianças. Hoje a Beira-Trilho é o maior conflito fundiário do Estado, não se pode fechar os olhos, precisamos de diálogo. São vidas em risco…

Passo Fundo vive uma especulação imobiliária muito grande, com uma quantidade enorme de prédios e áreas vazias que poderiam resolver os problemas de moradia na cidade. O poder público foca apenas na manutenção do lucro das grandes imobiliárias e financiamentos apenas para às empreiteiras e não para o povo pobre e trabalhador, dificultando a conquista do direito humano a ter uma casa própria.

 

Morar dignamente é um direito humano!

O direito à moradia digna é considerado um direito humano universal, fundamental para a vida das pessoas. Segundo a lei, os governos têm a obrigação de promover e proteger esse direito. Apesar disso, ao longo da história, a política urbana brasileira sempre esteve submetida à vontade do mercado e dos grandes proprietários de terra nas cidades.

O resultado é que hoje morar dignamente ainda é um sonho distante para quase 7 milhões de famílias no país. De fato, segundo dados do próprio Ministério das Cidades, o déficit habitacional brasileiro não parou de crescer nos últimos anos, apesar dos investimentos realizados no Minha Casa, Minha Vida. Em praticamente todas as cidades os preços dos aluguéis aumentaram assustadoramente e as populações mais pobres foram empurradas para regiões ainda mais distantes, enquanto a especulação imobiliária tem obtido lucros cada vez maiores.

Entretanto, o direito à moradia digna e à cidade não cairá do céu. Ao contrário, será resultado de muita luta e mobilização. Por isso, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) organiza milhares de lutas por moradia em todo o Brasil.

Morar dignamente é um direito humano! Não vai ter despejo, vai ter luta!

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