O papel dos meios de comunicação de massa na sociedade de nosso tempo transcende o âmbito do entretenimento e da transmissão descompromissada de informação.
A mídia e suas corporações, tornadas geradoras de lucros naquilo que se convencionou chamar de indústria cultural, fazem girar astronômicos montantes de dinheiro e poder, com atuação em escalas local e global. Elas vendem seus produtos e forjam subjetividades, direcionando os desejos para a reprodução da ordem socioeconômica vigente. É pela mídia que o poder do dinheiro passa da dominação à hegemonia, de acordo com a conceituação gramsciana. É a indústria cultural que ganha seu dinheiro enquanto dita a agenda da sociedade.
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Os direitos humanos e as lutas que lhe caracterizam como espaço de busca da dignidade humana são, em sua essência, um entrave à manutenção do status quo. O abismo social, econômico e político a que o capital sujeitou a imensa parte da humanidade e que lhe serve de suporte material é a causa primeira de todas as violações e ofensas aos preceitos humanistas arduamente conquistados. As desigualdades sociais, a disseminação da violência como meio de resolução dos conflitos, o esvaziamento do papel dos movimentos sociais, a exploração predatória do meio ambiente e a desumanização da esfera do trabalho atentam diretamente contra os direitos humanos e colocam à prova seu caráter universal e indivisível, já que o acesso às benesses do sistema se dá para alguns em detrimento da qualidade de vida de muitos. Ainda assim, mesmo violando sistematicamente os direitos humanos, o “poder” cinicamente não nega sua necessidade, dizendo, aliás, defendê-los, mesmo que a guerra seja o caminho percorrido. No Brasil, também, a ideia de direitos humanos é deformada e tida por algo que serve a “ bandidos”.
Desse cenário, surge o questionamento: como os direitos humanos e a mídia são particularizados e utilizados como ferramentas de dominação moral, de imposição ideológica e, em última instância, de manutenção da ordem econômica mundial e local?