24 anos do “Gritos dos Excluídos”

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O feriado da Independência é há 24 anos o dia da já tradicional manifestação do Gritos dos Excluídos, organizada por comunidades de base, pastorais e movimentos sociais em todo o país. O tema deste ano faz um alerta para o combate à desigualdade social e aos privilégios.

Na cidade de São Paulo, uma das concentrações ocorreu na Praça Oswaldo Cruz, na região da Avenida Paulista, e contou com a participação de milhares de manifestantes que caminharam por cerca de 4 quilômetros até as proximidades do Parque do Ibirapuera.

O militante da Central de Movimentos Populares Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, participou de sua primeira manifestação depois de ter feito a greve de fome junto com sete participantes de organizações populares em Brasília, pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra a volta da fome ao país.

“Foram 26 dias sem alimentação para ver se conseguíamos com que o país desse um passo à frente”, disse Gegê, sobre o objetivo de fazer com que o Supremo Tribunal Federal coloque em julgamento as ações de declaração de constitucionalidade que asseguram o direito de defesa, a presunção da inocência e a não privação de liberdade de acusados que ainda não esgotaram seu direito de defesa nas instâncias superiores. O STF não atendeu ao pleito dos grevistas, que decidiram interromper a ação por conta da saúde debilitada de ativistas.

O militante da CMP foi saudado pelo ex-ministro do Trabalho e da Previdência Luiz Marinho, candidato do PT ao governo de São Paulo. Marinho lembrou que as eleições de outubro são a próxima oportunidade dos brasileiros de derrotar o golpe de 2016.

“No governo Lula, quem queria trabalhar tinha emprego. Hoje voltamos ao período de exclusão e à barbárie. Até doenças que já estavam erradicadas, como poliomielite, sarampo,  estão voltando em consequência da irresponsabilidade do consórcio golpista”, afirmou o petista, ex-prefeito de São Bernardo.

“E o problema não é só Temer. Ele é o mordomo do golpe. Junto está o PSDB de Alckmin e de Doria e o PSL do Bolsonaro, que se juntaram para tirar a Dilma. Agora temos de derrubar o golpe em 7 de outubro”, disse.

Maria Cecília Figueira de Mello, integrante do grupo Flores pela Democracia por Lula Livre, distribuia panfletos para esclarecer as pessoas sobre a importância da causa. “A gente precisar sair da bolha. As lideranças políticas e as pessoas esclarecidas precisam voltar a fazer trabalho de base”, defendeu. Ela associa a luta pela liberdade do ex-presidente à causa da retomada do emprego, à revogação da reforma trabalhista e à recuperação do patrimônio nacional que esta sendo entregue pelo atual governo.

O presidente estadual da CUT-SP, o professor Douglas Izzo, lembrou em sua fala que a central já expôs em seu site o nome de todos os deputados que votaram contra os direitos dos trabalhadores. “É preciso estar atento para não eleger de novo os que aplicaram o golpe sobre os trabalhadores.”

A causa indígena também este presente na marcha. Akaíze Florentino de Almeida, vinda da etnia Fulni-ô, de Pernambuco, participa das edições do Grito há cinco anos, porque a população indígena é umas maiores vítimas da exclusão social no país. “As pessoas acham que índio só tem na Amazônia. Por isso a gente trabalha divulgando nossa cultura aqui no estado de São Paulo. Uma cultura integralmente brasileira. Antes da descoberta, tínhamos a nossa independência”, disse.

Reportagem de Ana Rosa Carrara
Fonte: Rede Brasil Atual

 

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