Mês de março inicia com uma série de ações específicas promovidas pela Associação das Promotoras Legais Populares de Passo Fundo.
Internacionalmente reconhecido como o mês da mulher, março será de ações específicas contra a violência em Passo Fundo. Desde ontem (05) a Associação das Promotoras Legais Populares realiza atividades no município. O objetivo é informar, auxiliar e prevenir vítimas.
Para começar, na tarde de ontem a Associação realizou uma série de blitzes em coletivos urbanos de Passo Fundo. Conforme a promotora Maria de Fátima Rodrigues, “as blitzes começaram na tarde de segunda-feira, dentro dos coletivos urbanos. A gente fala sobre a violência, conhecimento de lei, também distribuímos panfletos informativos. A comunidade aceita bastante, a Brigada Militar nos dá apoio. É muito bom poder levar esse conhecimento a todas”. As linhas de ônibus visitadas compreendem as vilas e bairros mais distantes.
O aumento no número de denúncias é fator determinante para a realização das blitzes. “Semana passada recebi duas ligações de pessoas pedindo ajuda e informações. Ainda as pessoas não têm todas as informações. Por isso estamos fazendo blitzes dentro dos ônibus, lá nos bairros mais longínquos, desde esta segunda-feira. É uma atividade repetida há quatro anos, onde levamos a informação às mulheres que não sabem como fazer para lutar contra a violência” completou a também promotora legal, Leonilde Zamoner.
Segundo Leonilde, “hoje trabalhamos muito com a busca de mais órgãos que podem ajudar às mulheres de Passo Fundo. Vivemos na cidade que está entre as três com maiores números de violência contra as mulheres. Conseguimos abraçar essa causa não só aqui, mas também no Brasil inteiro”. Ela conta ainda que as atividades iniciaram com uma capacitação no ano de 2000, com a Comissão de Direitos Humanos e com o Ministério da Justiça. “Lançamos o primeiro seminário sobre a violência contra a mulher no início da década. Informamos às mulheres como se faz a defesa dos direitos e onde deveriam buscar a ajuda no momento da violência” recorda.
Em 2007 a Associação foi formada, sendo um trabalho voluntário que foi aumentado junto à comunidade. “Conseguimos também buscar outros espaços. Entendemos por violência não só a física, mas também a psicológica, patrimonial, constitucional. Também entramos em espaços como a negação ao atendimento médico, por exemplo” expõe Leonilde.
Para Maria de Fátima Rodrigues, “hoje as mulheres contam com um aparato melhor, incluindo a Delegacia da Mulher. Com isso, acabaram os medos e os constrangimentos. As mulheres estão denunciando cada vez mais. Duas vezes por meses também fazemos plantões junto à Comissão de Direitos Humanos, atendendo telefonemas e tirando dúvidas sobre como denunciar a violência. Entendemos que muitas vezes as denúncias não são feitas por diversos motivos, mas nosso trabalho vem deslanchando”.
Próximo passo
Atualmente, a Associação tem dois objetivos: a implantação em Passo Fundo da Promotoria relacionada à violência contra a mulher, além de um aplicativo de celular. “Diversos órgãos estão nos auxiliando e Passo Fundo precisa, pois somos cerca de 97 mil mulheres” enumera Leonilde.
Roda de conversa
Na próxima quinta-feira (08), ocorre uma roda de conversa, a partir das 14h na praça em frente ao Colégio Protásio Alves. O debate incluirá a violência contra a mulher e ainda a reforma da previdência. “Nós temos problemas sérios quanto à ideologia de gênero nas escolas e essa discussão é necessária. Na violência de gênero, a maior vítima é a mulher” afirmou Leonilde.
Fonte: Diário da Manhã
Autor: Kleiton Vasconcellos